Translate

sexta-feira, 11 de março de 2011

A honestidade não tem preço




Se vocês não forem honestos nas coisas pequenas, não serão nas grandes. Se vocês enganam um pouquinho só, não serão honestos nas responsabilidades maiores. Lucas 16:10, BV





A história é comovente. Fala de uma honestidade a toda prova, e é contada por Vladimir Petrov, jovem prisioneiro de um campo de concentração no nordeste da Sibéria: Vladimir tinha um companheiro de prisão chamado Andrey.

Ambos sabiam que daquele lugar poucos saíam com vida, pois o alimento que se dava aos prisioneiros políticos não tinham por objetivo mantê-los vivos por muito tempo. A taxa de mortalidade era extremamente alta, graças ao regime de fome e aos trabalhos forçados. E como é natural, os prisioneiros, em sua maioria, roubavam tudo quanto lhes caía nas mãos. Vladimir tinha, numa pequena caixa, alguns biscoitos, um pouco de manteiga e açúcar – coisas que sua mãe lhe havia mandado clandestinamente, de quase três mil quilômetros de distância. Guardava aqueles alimentos para quando a fome se tornasse insuportável. E como a caixa não tinha chave, ele a levava sempre consigo.

Certo dia, Vladimir foi despachado para um trabalho temporário em outro campo. E porque não sabia o que fazer com a caixa, Andrey lhe disse: – Deixe-a comigo, que eu a guardo. Pode estar certo de que ficará a salvo comigo. No dia seguinte da sua partida, uma tempestade de neve que durou três dias tornou intransitáveis todos os caminhos, impossibilitando o transporte de provisões. Vladimir sabia que no campo de concentração em que ficara Andrey, as coisas deviam andar muito mal. Só dez dias depois os caminhos foram reabertos e Vladimir retornou ao campo. Chegou à noite, quando todos já haviam voltado do trabalho, mas não viu Andrey entre os demais. Dirigiu-se ao capataz e lhe perguntou: – Onde está Andrey?

- Enterrado numa cova enorme junto com outros tantos prisioneiros – respondeu ele. Mas antes de morrer pediu-me que guardasse isto para você. Vladimir sentiu um forte aperto no coração: – Nem minha manteiga nem os biscoitos puderam salvá-lo, pensou. Abriu a caixa e, dentro dela, ao lado dos alimentos intactos, encontrou um bilhete dizendo:

“Prezado Vladimir. Escrevo enquanto ainda posso mexer a mão. Não sei se viverei até você voltar, porque estou horrivelmente debilitado. Se eu morrer, avise a minha mulher e meus filhos. Você sabe o endereço. Deixo as suas coisas com o capataz. Espero que as receba intactas. Andrey” Ser honesto é dever que cabe a toda criatura que tem por meta a felicidade. E a fidelidade é uma das virtudes que liberta o ser e o eleva na direção da luz. Uma amizade sólida e duradoura só se constrói com fidelidade e honestidade recíprocas. Somente as pessoas honestas e fiéis possuem a grandeza d’alma dos que já se contam entre os espíritos verdadeiramente livres.



Maktub