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quinta-feira, 7 de junho de 2012

Você anda desmotivada?




Às vezes nos sentimos sem energia, sem brilho, desanimados. É hora de descobrirmos o que nos desperta para ter, novamente, mais entusiasmo pela vida


Você anda desmotivada?

Você passa por alguns momentos prazerosos, mas, no geral, não sente vontade de nada? Você pode estar desmotivada
Foto: Alex Silva
Assim como a criança, todos somos capazes de nos empolgar tanto com alguma coisa a ponto de esquecer as horas. São momentos em que estamos totalmente presentes, e as coisas fluem perfeitamente. Esse tipo de sentimento, porém, não é tão fácil de encontrar. É comum estarmos desmotivados.
Nesses dias, lutamos com força para levantar e sair de casa. Os segundos demoram a passar. Podemos até ter alguns momentos prazerosos, mas, no geral, não sentimos vontade de nada. É que nos falta o combustível mais importante para seguir em frente: a motivação. Em outras palavras: energia, entusiasmo.
Mas o que é, afinal de contas, a motivação? E onde é que ela se esconde? O termo, em si, é recente, e vem do latim moveres, que significa mover. É o impulso que nos move, que nos leva para frente, para a ação. Antes de qualquer outra coisa, os seres humanos, assim como os animais, têm uma motivação muito básica: sobreviver. Para isso, fazem coisas como comer, beber, descansar, proteger-se de perigos.
Num segundo momento, porém, precisamos de mais do que isso. O que nos move, se já temos comida, abrigo, companhia? Para viver em sociedade, temos que reprimir alguns comportamentos e incentivar outros. Entra aí o sistema que nos serviu por muitos anos: a política das punições e recompensas. Fez algo produtivo? Ganha recompensa - seja ela uma estrelinha no caderno caprichado, no colégio, ou um bônus no final de ano, na empresa. Não atingiu os resultados esperados? Opa, vem a punição: ficar de castigo, repetir de ano, trabalhar no feriado, ser demitido.
Essas motivações são extrínsecas, ou seja, externas a nós mesmos, e ainda são as mais usadas pela maioria das empresas para estimular seus funcionários. O problema é que elas têm um efeito colateral: podem acabar diminuindo a criatividade e o entusiasmo, em vez de aumentá-los.
Nas tarefas mais criativas - que constituem boa parte do que fazemos hoje - é preciso algo mais. É preciso que a motivação venha de dentro de você.
Motivação intrínseca
A motivação interna, ou intrínseca, é aquela que parte de dentro. Aquela atividade que você faria, mesmo que não ganhasse dinheiro para isso. Que acende seu fogo interno, que o alimenta, que lhe dá vontade de viver. O pesquisador Mihaly Csikszentmihalyi chama essas experiências de "autotélicas", dos radicais gregos auto (em si mesmo) e telos (finalidade), ou seja, atividades que são um fim em si mesmas. Nesse tipo de tarefa, o objetivo é a própria caminhada, não a chegada. É o que leva alguém a escalar uma montanha, fazendo esforço e enfrentando frio e ventanias, quando poderia facilmente chegar ao topo a bordo de um helicóptero. Claro que, para ela acontecer, precisamos estar com as motivações básicas em dia: ter salário justo, descanso, estabilidade. Senão, estaremos tão preocupados com os problemas que não teremos motivação nenhuma.
Finalmente, para nos motivar, precisamos ter um propósito. Precisamos sentir que o trabalho que fazemos serve para algo mais do que simplesmente pagar as contas. O professor, por exemplo, pode sentir que seu trabalho faz diferença na vida das crianças que ensina; o administrador de loja, que sua função permitirá que mais pessoas sejam empregadas.