Ah a vida…a vida é tão cheia de surpresas! Algumas ruins como um acidente, uma doença, o fim de algo bom. Outras, por conseguinte, são boas como um presente, uma festa surpresa, encontrar o amor.
Sobre essas surpresas não quero falar. Quero falar sobre aquelas que vêm como um frio na barriga, um arrepio na espinha, um pânico, um amargo na boca, que depois, se bem analisadas e trabalhadas, tornam-se doces, vigorosas, incentivos pra sermos melhores e termos uma vida melhor.
Nesses casos, pode ser tanto um acidente, um fim de relacionamento, uma morte, que, no final te dão forças, novas visões e posturas perante a vida e a forma de encará-la. No meu caso, veio em forma de críticas (construtivas, veja bem, essa é a melhor forma de encará-las) e do perigo iminente de um fim. O medo, a tristeza e mesmo a raiva deram lugar à consciência de que preciso mudar a minha visão das coisas, das pessoas, da vida. Por conseqüência, me dei conta de que isso pode e vai mudar minhas atitudes para com as pessoas, a vida, as questões, melhorando consideravelmente minha rotina e a relação que tenho com todos, principalmente os que amo!
Eu, que sempre me orgulhei de brigar pelas coisas, de não levar desaforo pra casa e nunca deixar nada barato, caí numa rede que eu mesma armei. Sem perceber, me tornei um galo de briga, enxergando em qualquer palavrinha um motivo pra brigar, pra me armar contra tudo e todos. Que coisa chata que eu fiquei! Vários fatores me fizeram ficar assim, nem vale a pena elencá-los. O que vale, aqui, é contar as surpresas que temos ao enfrentar situações de crise que nos motivam a seguir em frente, trocando o caminho que escolhemos por outro, mais fácil.
Minha surpresa veio ao me deparar com a verdade. Mesmo sem notar, vinha agindo de forma a afastar e magoar as pessoas. Quando meu casamento chegou no limite, em vez de ouvir “Acabou, não te agüento mais!”, como geralmente acontece, eu ouvi “Te amo, entendo teus motivos pra agir assim, mas tu sabes que isso só piora tudo, tu tens que escolher se tu queres ou não continuar assim. Se quiseres, a nossa história vai desgastar e tudo vai por água abaixo. Agora, se tu escolheres lutar como eu faço, tu tens que mudar algumas atitudes, pois minha paciência ta esgotando e logo não vamos mais ver futuro para nós.”
Não caiu a casa, desabou! Sim, a falta de noção é prejudicial. O encasulamento e o egoísmo, mais ainda! Primeiro vem a raiva, mas, peraí, ela é que ta causando tudo isso!? A minha primeira reação normal seria mandar tudo longe e perceber isso como uma crítica horrorosa. Veja bem, seria...o passado é fantástico! O presente mais ainda! Mas, vindo de quem veio e da forma como veio, como não resistir aos impulsos, avaliar a situação e cair na real? Foi o que fiz, era o que precisava ser feito.
Fiz porque amo, porque sou amada e quero continuar amando e sendo amada. Fiz porque, quando não sou aquele monstrinho, tudo é perfeito. Fiz porque dói machucar quem eu amo. Fiz porque quem eu amo já me deu todas as provas de que vale a pena mudar pequenas coisas pra ver o céu azul, do lado dele. Fiz porque ele vale isso, isso e muito mais. Fiz porque me deixa feliz e tranqüila. Fiz porque o deixou feliz. Fiz porque preciso disso na minha vida, preciso dele e da nossa vida! Fiz pelo gato, pelos meus pais e parentes, pelos meus amigos. Fiz porque preciso de amor e carinho. Fiz porque preciso de paz e equilíbrio. Fiz pelo meu estômago, pela minha pele e pelos meus músculos.
Agora tenho autocontrole, tenho paz e tranqüilidade. Claro que, nesse período de aprendizado, muitas vezes os deslizes ocorrem, mas, cada vez menos intensos e frequentes. Mas, posso afirmar com certeza e orgulho disso: Vale à pena! Faz um tempo que sou mais feliz, mais saudável, mais eu! Mais ele e eu!
Enfim, surpresas nem sempre são boas, mas, querendo, elas se tornam perfeitas, melhores que a encomenda! Te deixam pronta para surpreender e ser surpreendida, das melhores maneiras possíveis. Recebi hoje um e-mail de uma amiga que dizia: “O segredo não é correr atrás das borboletas e sim, cultivar um belo jardim para que elas venham até você!”. Farei desse o meu lema e espero ter conseguido contagiar ao menos uma pessoa a aderir também! Que venham as borboletas!
fonte: Destaque da Comunidade: Cris
