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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O bom de "estar" sozinha


Ir ao cinema, caminhar no parque, passear no shopping. Tudo isso sozinha. Há quem adore esse estilo de vida.

E há quem não consiga fazer nada se não puder compartilhar com alguém. Existe uma diferença grande entre "ser" e "estar" sozinha. Pare para pensar: Quantas vezes você foi ao cinema sozinha? Já experimentou viajar sem nenhuma companhia? É desconfortável ou é revelador manter momentos só seus?


Pode ser enriquecedor se cultivarmos o hábito da solidão voluntária, desde que esses instantes de contato com nosso interior seja prazeroso e isso é um exercício!


Estar sozinha virou sinônimo de liberdade. Isso porque dentro de uma sociedade mais tradicional, essa "mordomia" era privilégio dos homens, que podiam sair de casa tranquilamente sem a companhia da mulher para jogar bola e fazer um churrasco com os amigos. Mas estar sozinha - e feliz - depende muito do que a mulher almeja para si. "Em um determinado momento ela vai querer construir uma família, ser mãe. Há outras que querem viver sozinha e estão felizes assim. Mas eu acho que vai chegar uma hora em que ver um filme e não ter para quem contar começará a perder o sentido", acredita o psiquiatra e psicoterapeuta existencial, Adauto da Rosa Faria Junior.


Essa tal solidão voluntária, na opinião do psicólogo, é muito construtiva, mas, como tudo na vida, tem seus dois lados. "Ao mesmo tempo em que a mulher vai ter mais liberdade para curtir a vida, vai deixar de experimentar coisas bacanas que um relacionamento profundo pode trazer". E completa: "o estar sozinha pode ser consciente. A mulher pode sim optar por não ter um relacionamento afetivo para cuidar da vida profissional, que nesse momento, está lhe satisfazendo profundamente. Mas quando ela achar que esse campo da vida não mais a satisfaz, vai procurar alguém para dividir os benefícios e as frustrações de tudo isso."


Independente da necessidade da mulher de querer estar sozinha ou na companhia de alguém, o importante é que ela trace seus próprios caminhos, sem se preocupar com as imposições feitas pela sociedade atual. "A mulher é vítima de uma série de imposições, de que não pode comer isso, precisa fazer aquilo, tem que ter filhos, entre tantas outras ‘regras’. A mulher não pode se pautar pelo moderno. Isso vai gerar frustrações e bipolaridades, deixando o caminho para a felicidade ainda mais longo", finaliza Adauto.



Por Juliana Falcão - Vila Equilibrio